Considerações a respeito da coisa julgada inconstitucional

Autores

  • Paula Daher Sardinha Faculdade de Direito de Vitória

DOI:

https://doi.org/10.22477/rdj.v109i1.179

Resumo

O presente trabalho busca traçar os aspectos relevantes da coisa julgada declarada inconstitucional. A análise deste instituto abordará desde os conceitos fundamentais para compreensão da coisa julgada até críticas envolvendo a sua desconstituição, enfatizando a relação entre a mera inconstitucionalidade e o bom funcionamento do processo. Discussões relacionadas à possibilidade de relativização da coisa julgada serão expostas, no sentido de demonstrar os diferentes pontos de vista a respeito do tema, de grande relevância para o Processo Civil Brasileiro. O estudo sistematizado da coisa julgada inconstitucional trará à baila a sua repercussão no ordenamento jurídico, na medida em que sua intangibilidade é questionada frente à violação de valores, de princípios constitucionais, bem como do texto constitucional. Além disso, será verificada a possibilidade de dar o mesmo tratamento ao vício de inconstitucionalidade presente nas leis e na sentença, e serão feitos apontamentos sobre os problemas gerados pela imutabilidade. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo estudar a importância da relativização da coisa julgada envolvendo, principalmente, posicionamentos doutrinários, ponderações a respeito de mudanças trazidas pelo novo Código de Processo Civil e questões contemporâneas da doutrina e da jurisprudência. Palavras-chave: Coisa julgada. Inconstitucionalidade. Relativização. Segurança jurídica. Justiça.

Biografia do Autor

Paula Daher Sardinha, Faculdade de Direito de Vitória

Graduada em Direito pela Universidade de Vila Velha. Especializada em Direito Processual Civil, com foco no Novo Código de Processo Civil, pela Faculdade de Direito de Vitória. Advogada Autônoma.

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Publicado

2018-04-13

Como Citar

SARDINHA, Paula Daher. Considerações a respeito da coisa julgada inconstitucional. Revista de Doutrina Jurídica, Brasília, DF, v. 109, n. 1, p. 83–102, 2018. DOI: 10.22477/rdj.v109i1.179. Disponível em: https://revistajuridica.tjdft.jus.br/index.php/rdj/article/view/179. Acesso em: 25 abr. 2024.