Recuperação de ativos desviados por corrupção
soluções inovadoras para lidar com a criminalidade econômica
DOI:
https://doi.org/10.22477/rdj.v107i1.37Abstract
O artigo se dedica a explorar os valores patrimoniais e extrapatrimoniais envolvidos em casosde corrupção. A correlação entre tais valores permite a defesa de que a recuperação dos recursos
desviados por práticas ímprobas seja capaz de mitigar os efeitos deletérios do crime, sob a perspectiva
social, econômica e política. A complexidade do crime exige do Estado estratégias inovadoras para
enfrentá-lo de modo a, simultaneamente, desestimular a prática ilícita e reparar os danos dela
decorrentes. Para tanto, o ordenamento jurídico nacional disponibiliza ferramentas de natureza
penal, civil e administrativa que, sem se confundirem, contribuem para uma abordagem abrangente
de um problema que exige respostas sofisticadas. A comunidade internacional sugere o confisco de
bens como estratégia privilegiada para reagir à corrupção, por ser medida que afeta o lucro, objetivo
principal do criminoso econômico. O confisco só será possível, contudo, caso se adotem medidas
cautelares para preservar o valor dos bens enquanto se desenvolve o respectivo processo judicial. A
constrição temporária desses bens os leva à custódia do Estado, que assume a responsabilidade de
administrá-los de maneira economicamente eficiente, sob pena de sua intervenção significar o
agravamento de uma situação já precária. O gerenciamento de bens é o tema central do artigo, que
aborda os principais desafios para pensar soluções criativas e inovadoras de alcançar os melhores
resultados no enfrentamento à corrupção.
References
ANSELMO, Marcio Adriano. Lavagem de dinheiro e cooperação jurídica. São Paulo: Saraiva, 2012.
BANCO MUNDIAL E ESCRITÓRIO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DROGAS E CRIME. Stolen Asset Recovery Initiative:
Challenges, Opportunities and an Action Plan. Washington, DC, 2007.
BLANCO CORDERO, Isidoro. El delito de blanqueo de capitales. Madrid: Aranzadi, 2009.
_______. Sistemas de administración de bienes de América Latina y Guía para la administración de bienes incautados y
decomisados del crimen organizado. Washington: OEA Documentos Oficiales, 2011.
BONFIM, Marcia Mougenout; BONFIM, Edilson Mougenout. Lavagem de dinheiro. São Paulo: Malheiros, 2005.
BRASIL. Conselho da Justiça Federal. O desafio de administrar os bens apreendidos dos criminosos. Em: Revista Via
Legal. 9.ed. Disponível em: <http://www.jf.jus.br/cjf/comunicacao-social/informativos/revista-via legal/Via-
Legal_Ed09_web.pdf/view>. Acesso em: 28 dez. 2014.
_______. Conselho Nacional de Justiça. Disponível em <http://www.cnj.jus.br/SNBA/relatorio_bens.php>.
Acesso em: 7 jan. 2015.
_______. Ministério da Justiça. Disponível em: <http://www.justica.gov.br/sua-protecao/lavagem-de-dinhei-
ro/enccla/acoes-enccla>. Acesso em: 3 jan. 2015.
CRIBB, Nicholas. Tracing and confiscating the proceeds of crime. Em: Journal of Financial Crime. Volume 11, Edição 2, 2003.
DE CARLI, C. V. Lavagem de dinheiro: ideologia da criminalização e análise do discurso. 2. ed. Porto Alegre: Verbo
Jurídico, 2012.
ESCRITÓRIO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DROGAS E CRIME (UNODC). Primavera árabe mostra a rejeição da
população contra a corrupção e pedido por integridade. Disponível em: <http://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/
frontpage/2011/10/25-primavera-arabe-mostra-arejeicao-da-populacao-contra-a-corrupcao-e-pedido-por-
-integridade-disse-diretor-executivo-do-unodc-na-abertura-da-conferencia-global-contra-a-corrupcao.
html>. Acesso em: 3 jan. 2015.
FILIPPETO, Rogério. Lavagem de dinheiro: crime econômico da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.
KILCHLING, Michael. Tracing, seizing and confiscating proceeds from corruption (and other illegal conduct) within or
outside the criminal justice system. Em: European Journal of Crime. Criminal Law and Criminal Justice. Volume 9, nú-
mero 4, 2001.
MACHADO, Maria Rocha. Lavagem de dinheiro e recuperação de ativos: Brasil, Nigéria, Reino Unido e Suíça. São Paulo:
Quartier Latin, 2013.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. São Paulo: Atlas, 2005.
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS. Sistemas de administración de bienes de América Latina y Guía para la
administración de bienes incautados y decomisados del crimen organizado. OEA, Washington, DC, 2011.
STEPHENSON, K.M.et al. Barriers to Asset Recovery: An Analysis of the Key Barriers and Recommendations for Action.
Banco Mundial, Washington, DC, 2011.
TORNAGHI, Hélio. Instituições de processo penal. São Paulo: Saraiva, 1977.
TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL. Relatório anual 2010. Disponível em: <http://files.transparency.org/con-
tent/download/76/303/file/2010_AnnualReport_EN.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2015.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2016 Revista de Doutrina e Jurisprudência
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O(s) autor declara(m) que o trabalho é original e inédito, não tendo sido submetido à publicação em qualquer meio de divulgação, especialmente em outro periódico, nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra;
Caso aprovada e selecionada, fica autorizada a publicação da produção na Revista de Doutrina Jurídica – RDJ, a qual não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
A publicação do artigo implica transferência gratuita dos direitos autorais à Revista, nas versões eletrônica e impressa, conforme permissivo constante do artigo 49 da Lei de Proteção de Direitos Autorais (Lei 9.610, de 19/02/98), e que a não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas no mesmo diploma legal;
Todos os artigos publicados são licenciados sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.